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Entrevista: deputada federal Aline Sleutjes toma posse como presidente da Comissão de Agricultura

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Os paranaenses estão muito bem posicionados no legislativo federal quando o assunto é agronegócio. O Paraná sempre teve representantes nas altas instâncias, como parlamentares de grande influência e gestores que deixaram legado no Ministério da Agricultura e em outros órgãos de governo.

Para dar continuidade a essa tradição, no dia 10 de março, uma representante de Castro, na região dos Campos Gerais, assumiu a presidência da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara Federal. Aline Sleutjes (PSL-PR) está em seu primeiro mandato como deputada federal, mas já foi vereadora no seu município durante dois mandatos, além de ter concorrido ao cargo de prefeita e vice-prefeita.

Graduada em Educação Física, sua atuação está ligada à área da educação. Mas vinda da “Capital do Leite”, uma região reconhecida pela qualidade e quantidade da produção, o desenvolvimento da agropecuária sempre esteve no seu horizonte. Agora, frente a uma das comissões mais importantes do Legislativo, Aline afirma que pretende lutar para desenvolver ainda mais o setor leiteiro, além de acelerar a tramitação de pautas que permitam o setor se modernizar e desenvolver.

Confira a seguir a entrevista exclusiva concedida ao Boletim Informativo:

BI – Qual sua relação com a agropecuária?

Aline Sleutjes – Venho do município de Castro, que se destaca na produção e na qualidade do leite, com mais de 416 milhões de litros e produtividade média de 9 mil litros por vaca/ano. No ano passado, eu presidi o Fórum Nacional de Incentivo à Cadeia Leiteira e, durante seis audiências, ouvi o pequeno, médio e grande produtor, membros das cooperativas e indústria leiteira, técnicos do setor e, por fim, realizamos uma audiência com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que possibilitou a construção de um plano de apoio ao setor leiteiro. Depois disso, mantive grupo de WhatsApp com a presença de vários produtores e com a ministra em que, diariamente, discutimos e alinhamos várias solicitações e encaminhamentos.

Quais serão suas prioridades como presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural?

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Como prioridade, temos a questão da cadeia leiteira, que pretendo apoiar para que os produtores consigam superar obstáculos como a falta de previsibilidade da precificação do produto. Pretendo também dar prioridade ao Plano de Incentivo à Cadeia Leiteira, que elaboramos após o Fórum Nacional, realizado em 2020.

Outras matérias que pretendo dar celeridade são as do licenciamento ambiental, para a adequação das atividades produtivas buscando o uso sustentável dos recursos naturais e a manutenção da qualidade do meio ambiente. A regulamentação dos pesticidas também é uma prioridade, pois precisamos aumentar a competitividade agrícola do Brasil no exterior, valorizando a ciência, tecnologia e inovação, pois só assim iremos reduzir os danos causados pelas pragas agrícolas.

Por fim, destaco a questão da regularização fundiária, que vai trazer controle, e para o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, visto que ocorre em áreas não destinadas, florestas públicas e terras devolutas. A sociedade precisa entender que com a regularização fundiária, o valor da terra não deixará de ser cobrado. O que se está dispensando são somente os custos cartorários, como um incentivo à própria regularização, sem impactos aos cofres públicos.

Hoje temos representantes do Paraná em postos-chave para a defesa do agronegócio, como a liderança da Frente Parlamentar da Agropecuária e a presidência da CAPADR. O que os paranaenses podem esperar dessa representação?

Meu objetivo é aprovar o máximo de medidas que ajudem a desenvolver o agro, trabalhando em harmonia com a FPA, as cooperativas, o governo, instituições representativas, para incentivar o cooperativismo, as boas práticas, o desenvolvimento tecnológico e a valorização do homem e da mulher do campo, aumentar a renda da população brasileira, criando mais empregos e qualidade de vida, evitando o êxodo rural, produzindo segurança alimentar para o país e para o mundo, gerando superávit comercial e estabilidade econômica. Pretendo ser a porta-voz dos trabalhadores e empregadores rurais em Brasília, para desmistificar fábulas sobre a atividade agropecuária. Já foi o tempo em que o agro era visto como vilão. Nós somos o celeiro do mundo e temos que mostrar essa imagem ao exterior.

Vêm ocorrendo muitos questionamentos em relação à aplicação das regras do Código Florestal no bioma Mata Atlântica. Como melhorar a segurança jurídica dos produtores rurais nesse sentido?

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A aplicabilidade do Código Florestal na Mata Atlântica tem sido objeto de intensas discussões técnico-jurídicas, especialmente perante aos órgãos ambientais responsáveis pela fiscalização e licenciamento de imóveis rurais localizados nesse bioma. Pretendo abrir um diálogo com o Ministério do Meio Ambiente, Ministério Público do Paraná, em conjunto com o Ministério Público Federal e com a Superintendência do Ibama no Estado para tratar dessa discussão de forma a garantir que o produtor rural possa continuar produzindo com segurança jurídica.

Qual sua posição em relação à flexibilização da venda de terras para estrangeiros?

O projeto aprovado no Senado, de autoria do senador Irajá, prevê a dispensa de autorização para a compra ou posse de imóveis com áreas de até 15 módulos fiscais por estrangeiros. Cidadãos ou empresas de outra nacionalidade poderão comprar essas áreas rurais até o limite de 25% do território do município. Também terá de ser observada a função social da propriedade.

Meu compromisso é de promover debates a respeito da matéria, que, pessoalmente, não sou favorável da forma que está hoje. Porém, como presidente da Comissão de Agricultura, meu trabalho é de promover o debate de forma ampla. Iremos tratar a matéria com toda cautela possível, para que todos os segmentos sejam ouvidos e o parlamento cumpra sua função de avaliar, discutir e votar.

A senhora vem de Castro, uma importante bacia leiteira. Na sua opinião, o que pode ser feito para fomentar e tornar ainda mais competitiva a pecuária do Paraná?

Eu reitero o meu compromisso de que a atividade leiteira se desenvolva com independência, atendendo às normas de controle sanitário, investindo em tecnologia, melhoramento genético de seus rebanhos e na profissionalização de suas propriedades. Temos vários projetos apresentados na Comissão que serão encaminhados para relatorias e também realizarei várias audiências, mesas-redondas e seminários para alavancarmos o setor, incentivando a produção e a abertura de mercado externo.

Fonte: CNA Brasil

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Dia da Avicultura – Alimentos essenciais para os consumidores

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Brasília (28/08/2021) – Nutritivos, saudáveis, ricos em proteínas e vitaminas, as carnes de aves e os ovos fazem parte da lista de alimentos essenciais dos consumidores e desempenham um papel importante na economia doméstica e na balança comercial.

Os números da avicultura, atividade celebrada neste sábado (28), impressionam e dão a exata dimensão da atividade no Brasil. Em 2020, o país produziu 55 milhões de cabeças de frango em alojamento de matriz de corte, totalizando 13,8 milhões de toneladas, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Desse total, 35,47% foi produzido pelo estado do Paraná, 14,88% por Santa Catarina e 14,02% pelo Rio Grande do Sul.

O desempenho e esforço dos avicultores também contribuem para manter o Brasil na liderança mundial de exportação de frango. Segundo a Secex, só no ano passado, o país embarcou 4,23 milhões de toneladas para mais de 150 países. Os principais destinos foram China (16,3%), Arábia Saudita (11,3%) e Japão (9,9%).

Com relação aos ovos, em 2020 foram produzidas 53 bilhões de unidades, sendo 99,69% destinadas ao mercado interno, de acordo com números da ABPA. O Estado de São Paulo é o maior produtor do país.

O consumo per capita de ovos tem apresentado crescimento ao longo dos anos. Em 2020, cada habitante consumiu em média 251 unidades. Já em 2019, o total chegou a 230 unidades. A carne de frango também está presente em todas as classes sociais e 80% da população brasileira come no mínimo de duas a três vezes por semana. No ano passado, totalizou 45,27 quilos por habitante.

No Brasil, o principal modelo produtivo da avicultura é o sistema de integração. Na relação contratual, a agroindústria fornece os insumos, assistência técnica e garante o fornecimento dos animais, enquanto o produtor se responsabiliza pela criação.

O sistema é regulamentado pela Lei da Integração nº 132.88/2016, que além de estabelecer regras para dar segurança jurídica aos envolvidos, permite maior participação dos produtores nas decisões do dia a dia, por meio do Fórum Nacional de Integração Agroindustrial de Aves e Suínos (Foniagro) e das Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadecs).

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Durante os cinco anos da Lei, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) auxilia os produtores rurais com suas obrigações e responsabilidades na relação contratual. A Comissão Nacional de Aves e Suínos criou uma estrutura de consultoria técnica e jurídica e desenvolveu o Projeto Cadec Brasil para esclarecer pontos previstos na Lei. Também contribuiu para a construção do Manual de Boas Práticas das Cadecs.

Para o vice-presidente da Comissão e produtor há 17 anos em Mato Grosso do Sul, Adroaldo Hoffmann, a avicultura integrada é uma atividade extremamente importante, principalmente para os pequenos produtores rurais, que se tornam grandes através de tecnologia, genética, bom manejo e resultados expressivos em termos de índices zootécnicos.

“Gerar renda e emprego e abastecer a produção de aves em áreas entre 5 e 10 hectares é a mais pura demonstração da habilidade e comprometimento que o nosso produtor tem com a atividade. As palavras para elogiar os produtores são comprometimento, disciplina e resiliência”, disse.

Segundo Adroaldo, a Comissão Nacional de Aves e Suínos identifica pontos que precisam ser debatidos e aperfeiçoados entre as partes integradas e discute soluções que possibilitem maior sustentabilidade da atividade.

“A avicultura é uma atividade que demanda alto uso de tecnologia e consequentemente, de recursos financeiros. Produtor defasado tecnologicamente fatalmente sairá da atividade em longo prazo. Então devemos debater e aperfeiçoar o sistema e continuar o trabalho de capacitação das lideranças, pois o conhecimento abre as portas para o diálogo em alto nível e permite identificar gargalos e buscar soluções”, afirmou.

Confira abaixo o depoimento de produtores:

THIAGO PREVIDI

Caxambu do Sul – Santa Catarina

Thiago e o filho na granja

Thiago está na avicultura desde 2012. Seu sistema de produção é de ovos férteis e recria de galinhas, o que permite ver a produção como um todo. “Como veterinário, sempre busquei algo que me mantivesse em contato com os animais. O ciclo produtivo de aves é fascinante, pelos desafios zootécnicos, sanidade, manejo, gestão e genética”.

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Para o produtor, a avicultura é desafiante, mas também é capaz de dar uma condição de vida melhor para a sua família e para os 21 funcionários e seus respectivos familiares que hoje fazem parte da “Granja Volta Grande”.

Thiago Previdi já participou de cursos e programas em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e com a cooperativa. “Fizemos o curso de gestão de pessoas aos nossos encarregados, o que evoluiu a granja tanto administrativamente, como na qualidade de trabalho de nossos colaboradores”, disse.

DIENER GONÇALVES DE SANTANA

Cianorte – Paraná

Diener iniciou na atividade da avicultura no ano de 2003. Sua principal motivação foi a de produzir alimentos, dar continuidade à vida e sustentabilidade à agricultura familiar.

“Todos os ramos de negócios passam por momentos bons e momentos difíceis. Hoje passamos por um momento difícil, mas no apanhado geral, desde o início até os dias de hoje, a atividade nos proporcionou uma vida melhor”, disse.

O avicultor do município de Cianorte contou que já fez vários cursos pelo Senar, dos quais destacou: Avicultura – Manejo e ambiência, Motores elétricos – instalação e manutenção; e o mais importante e que foi divisor de águas em sua vida: o curso de liderança.

O Senar disponibiliza uma cartilha sobre produção de frangos e galinhas poedeiras. Confira: https://www.cnabrasil.org.br/senar/colecao-senar

Conheça os cursos online do Senar. O portal de educação oferece mais de 80 cursos.  Saiba mais:  http://ead.senar.org.br/

Veja a live sobre o Manual de Boas Práticas das Cadecs e a Relação na Integração:

Assessoria de Comunicação CNA, com o apoio das Federações de Agricultura do Paraná (Faep) e de Santa Catarina (Faesc)
Telefone: (61) 2109-1419
flickr.com/photos/canaldoprodutor
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Fonte: CNA Brasil

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